O governo federal negou o pedido do governador Cláudio Castro (PL) para o empréstimo de blindados militares ao estado do Rio de Janeiro, alegando falta de garantias de segurança e risco de que os equipamentos caíssem nas mãos de facções criminosas. A solicitação havia sido feita em janeiro, após uma médica militar ser baleada nas proximidades do Hospital Naval Marcílio Dias, na Zona Norte da capital.
Segundo o Ministério da Defesa, os blindados da Marinha foram utilizados apenas para reforçar a segurança no entorno da unidade, respeitando o limite legal de 1,4 km em torno de instalações militares. O pedido de uso contínuo do equipamento foi então encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), que negou a autorização, apontando que o empréstimo só seria possível mediante um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fontes do governo afirmam que o tema foi amplamente debatido em Brasília. Pesou na decisão o alto custo operacional de uma eventual GLO e a avaliação de que o estado do Rio não teria estrutura adequada para garantir a integridade dos veículos militares. O temor era de que traficantes pudessem capturar os blindados e utilizá-los nas comunidades dominadas por facções.
A negativa expôs a fragilidade da segurança pública fluminense e reacendeu a discussão sobre o papel do governo federal nas operações estaduais. Enquanto o Palácio Guanabara defende apoio logístico das Forças Armadas, a União mantém a posição de que o enfrentamento à criminalidade nas favelas é de competência estadual.



