A Polícia Federal criticou nesta segunda-feira (10) as alterações feitas pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP) no projeto de lei Antifacção, que trata do enfrentamento ao crime organizado no país. Segundo a corporação, as mudanças propostas representam um risco de enfraquecimento nas ações contra facções criminosas, especialmente por reduzirem as atribuições da PF em investigações de grande alcance.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reagiu nesta terça-feira (11) às críticas e afirmou que o Parlamento “não permitirá que a Polícia Federal perca suas prerrogativas”, classificando o tema como uma condição “inegociável”. Motta destacou que a intenção é fortalecer e valorizar a atuação da corporação no combate ao crime organizado, negando qualquer tentativa de retirar suas competências.
Após a manifestação da PF, Motta disse ter intermediado um diálogo entre Derrite e o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, para garantir que o texto final do projeto preserve as atribuições da instituição. Ele também informou que se reunirá com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ainda nesta terça-feira, para discutir ajustes no texto e reforçar o papel da PF nas operações contra facções.
O relatório de Derrite, que ainda será revisado, propõe alterações que limitariam a atuação da Polícia Federal nos estados, o que motivou reação imediata de delegados e entidades de classe. A expectativa é que o relator apresente um novo parecer até o fim do dia, após as discussões com o Ministério da Justiça e a direção da PF.



