O governo de Israel afirmou nesta terça-feira (9) ter realizado um ataque de precisão contra líderes do Hamas durante uma reunião na capital do Catar, Doha. Segundo o Exército israelense, a operação foi conduzida pela agência de inteligência Shin Bet, em conjunto com a Força Aérea, utilizando jatos e armamento guiado. Um dos principais alvos seria Khalil Al-Hayya, figura estratégica nas negociações de cessar-fogo entre o grupo e Israel, mas até a última atualização não havia confirmação sobre seu estado. A ofensiva foi previamente comunicada aos Estados Unidos, e, de acordo com o canal israelense I24 News, teria recebido o aval da administração de Donald Trump.
A operação gerou forte reação do governo do Catar, que atua como mediador das negociações entre Israel e Hamas, ao lado dos EUA. Em nota oficial, Doha classificou a ação como um “ato covarde” e anunciou a abertura de uma investigação. Um representante do Hamas confirmou à rede Al-Jazeera que a reunião de fato ocorria no momento da explosão, mas também não informou se houve vítimas. Apesar da repercussão internacional, o Exército israelense alegou ter tomado “medidas para minimizar danos colaterais”, utilizando munições de precisão e inteligência adicional para reduzir riscos a civis.
O Catar há anos abriga membros da alta cúpula do Hamas, mas ações diretas de Israel no país são incomuns. O ex-líder do grupo, Ismail Haniyeh, por exemplo, vivia em Doha, mas só foi morto pelo Exército israelense após sair do território e se deslocar ao Irã. O episódio representa uma escalada nas tensões da região e abre novo capítulo na já delicada dinâmica entre Tel Aviv, Hamas, e os mediadores internacionais.