O Ministério Público da Itália emitiu parecer favorável à extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa cautelarmente em Roma. A informação foi divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU) nessa quarta-feira (22) e representa mais um passo no processo que pode resultar no retorno da parlamentar ao Brasil para cumprir as penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli foi detida em julho após uma operação conjunta entre autoridades brasileiras e italianas. A prisão, determinada pela Corte de Apelação de Roma, levou em consideração o “grave risco de fuga” caso ela permanecesse em liberdade. A deputada havia deixado o Brasil logo após o STF decretar sua prisão preventiva, em cumprimento a uma sentença proferida em 4 de junho deste ano.
A parlamentar acumula duas condenações no Supremo. A primeira, que motivou sua fuga, resultou em 10 anos e 8 meses de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. Na segunda, Zambelli recebeu 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, após perseguir armada o jornalista Luan Araújo, apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante o segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo.
Além da pena de prisão, o STF determinou multa equivalente a 400 salários mínimos, corrigida monetariamente, e a perda do mandato parlamentar após o trânsito em julgado da sentença. A AGU representa o Estado brasileiro no processo de extradição, garantindo o cumprimento das decisões judiciais do país.