O Ministério Público da Itália enviou um parecer à Justiça italiana afirmando que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não corre risco de sofrer violações de direitos humanos caso seja extraditada para o Brasil. O documento, divulgado nesta sexta-feira (24) por O Globo, reforça a posição adotada na última quarta-feira (22), quando o MP italiano se manifestou de forma favorável à extradição da parlamentar.
No parecer, o órgão rejeitou os argumentos da defesa, que alegava perseguição política e cerceamento de defesa no processo que levou à condenação de Zambelli no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Ministério Público, a deputada teria, de forma “livre, consciente e voluntária”, ordenado a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da contratação do hacker Walter Delgatti Neto, com o objetivo de alterar informações oficiais.
A parlamentar está há mais de dois meses presa no complexo penitenciário de Rebibbia, nos arredores de Roma. No último dia 8, a Corte de Cassação da Itália negou o pedido da defesa para que Zambelli cumprisse prisão domiciliar, mantendo a decisão da Corte de Apelação de Roma, que apontou risco de nova fuga.
Durante visita a Roma no início de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o caso, dizendo que “nem se lembrava” do nome da deputada. “Para mim, é uma pessoa que não merece respeito de quem ama a democracia. Ela vai pagar pelo que fez. Ou aqui, ou no Brasil”, afirmou o petista durante coletiva de imprensa na capital italiana.



