O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), elevou o tom contra o Centrão nesta sexta-feira (5), após Jair Bolsonaro oficializar o nome do filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como pré-candidato à Presidência em 2026. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar questionou se os partidos que compõem o bloco manterão fidelidade ao ex-presidente ou se “abandonariam” Bolsonaro mais uma vez, em referência à derrota da proposta de anistia a seus apoiadores.
A movimentação provocou reações também de outros presidenciáveis. Em nota, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), afirmou respeitar a decisão de Bolsonaro, mas reforçou que seguirá firme na disputa ao Planalto. A fala ocorre após Flávio confirmar publicamente que recebeu do pai a missão de liderar o projeto eleitoral do PL, decisão tomada mesmo com Bolsonaro preso na carceragem da Polícia Federal, em Brasília.
O anúncio reorganizou o tabuleiro da direita e expôs fissuras internas. Enquanto aliados mais próximos ao bolsonarismo celebraram a indicação, alguns chegando a divulgar montagens do senador com faixa presidencial, grupos ligados ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reagiram com irritação e ironia nas redes.
Dentro do clã Bolsonaro, porém, a escolha é vista como estratégica. Assessores afirmam que Flávio tem perfil mais moderado e maior capacidade de articulação política, além de palanques relevantes em 2026, como os de Tarcísio e do governador do Rio, Cláudio Castro (PL). A expectativa é que o senador intensifique viagens e adote uma agenda mais robusta de pré-campanha para ampliar sua presença nacional.


