O líder do Governo na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), fez duras críticas nesta segunda-feira (1º) ao que chamou de “bancada de foragidos da Justiça” no Parlamento. O deputado se referiu a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa na Itália, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), que deixou o país após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para Lindbergh, a situação é “inaceitável” e expõe uma contradição no uso de recursos públicos.
Segundo o parlamentar, apenas no mês de outubro foram gastos R$ 419 mil das verbas da Câmara dos Deputados para manter assessores dos três parlamentares em atividade. O valor corresponde ao pagamento das equipes dos gabinetes, apesar de nenhum dos deputados estar presente no Brasil ou desempenhando suas funções legislativas. Lindbergh classificou a despesa como um “escândalo” e cobrou providências da Mesa Diretora da Casa.
O deputado lembrou ainda que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a suspensão do salário e da cota parlamentar de Alexandre Ramagem, assim como já havia feito anteriormente com Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli. No entanto, mesmo com os bloqueios, os funcionários dos gabinetes continuam trabalhando normalmente, o que mantém os gastos com pessoal ativos.
Para Lindbergh, a continuidade desses pagamentos fere o princípio da moralidade administrativa e reforça a necessidade de revisão das regras que regem o funcionamento dos gabinetes de parlamentares afastados ou foragidos. Ele afirmou que levará o tema à direção da Câmara para exigir o cumprimento integral das decisões do STF e o fim das despesas associadas aos três deputados.


