O deputado federal e líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, criticou duramente nesta quarta-feira (10) o voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que absolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro de todos os crimes relacionados à suposta trama golpista de 8 de Janeiro. Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, Lindbergh classificou a decisão como “vergonhosa” e questionou a lógica da absolvição do ex-presidente enquanto subordinados, como o tenente-coronel Mauro Cid, foram condenados.
“Se o ajudante de ordens foi condenado, era o quê? Um golpe surpresa que eles estavam fazendo? Bolsonaro ia ser surpreendido?”, afirmou o parlamentar, criticando a tese de que Bolsonaro não poderia ser responsabilizado pelos atos de seus auxiliares. Lindbergh ressaltou ainda que, na fase anterior do julgamento, Fux não havia questionado a competência do STF ao condenar cerca de 400 pessoas por participação na organização criminosa.
O líder petista também apontou que o voto de Fux continha “pitadas de provocação” e sugeriu que o ministro teria tentado demonizar o próprio Supremo Tribunal Federal, mencionando ainda sanções de órgãos internacionais e discursos de extrema direita como pano de fundo do contexto. Segundo Lindbergh, os próximos votos de outros ministros, como Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, podem desmontar a decisão de Fux.
Lindbergh antecipou expectativas sobre a continuidade do julgamento, afirmando que acredita em maioria contra Bolsonaro nos próximos votos e estimando que a dosimetria da pena pode ultrapassar 30 anos. A análise dos demais ministros segue nos próximos dias, mantendo o processo em destaque na pauta política e judicial do país.