Durante visita a Belo Horizonte nesta quinta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou para o risco de o Congresso Nacional aprovar uma anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Em conversa com comunicadores e ativistas do Aglomerado da Serra, Lula destacou que, embora o Congresso tenha colaborado com o governo em pautas importantes, a extrema-direita ainda mantém forte presença no Parlamento.
“Se for votar no Congresso, nós corremos o risco da anistia, porque o Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia”, disse o presidente, durante a transmissão ao vivo em seus perfis nas redes sociais. Lula reforçou que é contra qualquer proposta que beneficie os responsáveis pelos atos golpistas, e manifestou essa posição também ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em reunião nesta semana.
Enquanto Lula se posiciona contra, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensificou as articulações pela anistia em Brasília. Cotado como possível candidato à Presidência em 2026, Tarcísio se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros aliados políticos para discutir o avanço da proposta.
Em um jantar realizado no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e do pastor Silas Malafaia, o grupo avaliou que a anistia deve ser aprovada na Câmara com mais de 300 votos, número suficiente para forçar sua tramitação no Senado ainda este ano. Para Lula, no entanto, conceder perdão aos responsáveis pelos ataques representa uma ameaça à democracia e à soberania nacional.
Maceió, 5 de setembro de 2025
