O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou ao Congresso Nacional, na última sexta-feira (29), a proposta de orçamento para 2026 com previsão de R$ 158,6 bilhões para o Bolsa Família. O valor representa uma redução de R$ 8,6 bilhões em comparação aos R$ 167,2 bilhões projetados para este ano, o que acendeu um alerta entre milhões de famílias que dependem do auxílio. O orçamento não prevê reajuste no valor mínimo de R$ 600 por família, o que gerou insatisfação diante da alta do custo de vida.
Em março deste ano, o governo já havia alterado as regras do programa para combater fraudes e tornar o acesso mais rigoroso. Agora, a renda mensal máxima por pessoa deve ser de R$ 218, e as famílias precisam manter o Cadastro Único atualizado. O benefício mantém o valor base de R$ 600, além de adicionais: R$ 150 por criança até 6 anos, R$ 50 para gestantes, R$ 50 por jovens de 7 a 18 anos e R$ 50 por bebê de até 6 meses.
Durante visita à fábrica da Nissan, em Resende (RJ), Lula voltou a defender que o Bolsa Família não pode se tornar uma dependência permanente. “Eu voltei à Presidência da República para provar que esse país não pode ser eternamente pobre, eternamente vivendo de Bolsa Família. Nós precisamos fazer as pessoas se formarem adequadamente, aprenderem uma profissão”, afirmou.
As falas do presidente dividiram opiniões. Para alguns, o discurso reforça a importância de investir em autonomia e qualificação profissional. Já outros apontam contradição entre a fala e a redução de recursos, defendendo que o governo deveria ampliar, e não cortar, os investimentos sociais em um momento de alta demanda por assistência.