O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nessa terça-feira (2) os Estados Unidos de promoverem uma ofensiva contra seu país com o objetivo de “roubar petróleo e outros recursos naturais”, como o gás. A declaração foi feita após a Casa Branca confirmar um ataque aéreo contra uma embarcação vinda da Venezuela no sul do Caribe, que, segundo os norte-americanos, transportava drogas ligadas à facção Tren de Aragua. O bombardeio deixou 11 mortos.
Apesar das críticas, Maduro poupou o presidente Donald Trump e responsabilizou diretamente o secretário de Estado, Marco Rubio, por articular as ações contra Caracas. “Eles vêm pelo petróleo venezuelano, que querem de graça. Esse petróleo pertence ao povo da Venezuela, não a Maduro nem muito menos aos norte-americanos”, afirmou o líder chavista. Ele acusou ainda Rubio e a “máfia de Miami” de tentar manchar o nome de Trump “com sangue”.
O ataque desta terça marcou a primeira operação militar dos EUA próxima ao território venezuelano desde o envio de uma frota de navios de guerra à América Latina, sob a justificativa de combater o tráfico internacional de drogas. Em meio a essa ofensiva, Maduro é acusado por Washington de liderar o cartel de Los Soles, supostamente vinculado ao narcotráfico, embora não haja provas concretas apresentadas até agora.
Com a recente mudança na política externa americana, alguns cartéis passaram a ser classificados como grupos terroristas. Na prática, essa medida amplia a margem legal para que tropas dos Estados Unidos sejam enviadas a outros países sob a bandeira do combate ao “narcoterrorismo”, ampliando a tensão diplomática com governos como o da Venezuela.