O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu nessa segunda-feira (15) à recompensa de US$ 50 milhões oferecida pelos Estados Unidos por informações sobre seu paradeiro. Em tom irônico, Maduro comparou seu “valor” ao de personalidades como o fundador da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e jogadores de futebol Darwin Núñez e Lionel Messi, qualificando a iniciativa como um “ataque imoral e extravagante” de Washington.
O governo dos EUA acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, suposta organização de tráfico de drogas, alegação negada pelo presidente venezuelano. Desde o início de setembro, os Estados Unidos enviaram sete navios de guerra e um submarino nuclear ao sul do Caribe, além de caças F-35 a Porto Rico, e afirmam ter atacado três barcos ligados a supostos traficantes venezuelanos, alegando combate ao narcotráfico.
Em resposta às pressões externas, Maduro pediu que milicianos se apresentem aos quartéis e ativou 284 “frentes de batalha” em todo o país, mobilizando forças militares, policiais e civis. Na última quinta-feira (11), ele chegou a convocar a população para uma eventual “luta armada em defesa da soberania e da paz”, durante o encerramento do Congresso Plenário do PSUV, transmitido pela televisão estatal.
O cenário de tensão entre os dois países se intensificou com declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que no domingo (14) afirmou não descartar ataques à Venezuela. A escalada ocorre em meio a acusações mútuas e mobilizações militares, elevando a incerteza sobre a estabilidade regional no Caribe.