Milhares de carteiras escolares enferrujadas, cerca de 6 000, foram encontradas abandonadas no pátio da Escola Estadual José Correia da Silva Titara, no CEPA, em Maceió. A unidade está fechada desde janeiro de 2020, após os estragos provocados pelo afundamento do solo causado pela mineração da Braskem.
A Secretaria de Educação de Alagoas confirmou que o mobiliário inservível foi deixado externamente porque a escola tem servido como ponto de coleta para materiais oriundos da substituição de carteiras em outras unidades da rede estadual. A Seduc disse ainda que está acelerando a tramitação para a realização de um leilão desses itens, enquanto equipes fazem dedetização contínua da área para evitar riscos à saúde.
O descaso com o patrimônio escolar evidencia uma face invisível do desastre ambiental de Maceió, considerado o maior colapso urbano por mineração sal-gema no país. Desde 2018, o afundamento já forçou a realocação de mais de 40 mil pessoas, e pelo menos 11 escolas estaduais foram desativadas ou transferidas.
A Braskem, alvo das críticas, ainda não se pronunciou diretamente sobre o descarte das carteiras. O governo de Alagoas, por sua vez, anunciou recentemente um acordo de 1,2 bilhão de reais para compensar os danos causados, parte do qual deve ser usado para reconstruir a infraestrutura das escolas atingidas.


