O relatório identificou que R$ 1,6 bilhão foram descartados em vacinas, R$ 317,3 milhões em anestésicos, medicamentos e insumos para Intubação Orotraqueal (IOT) e o restante, R$ 179,9 milhões, em itens de vestuário, como roupas de proteção e máscaras.
A análise da CGU ponderou que “é fundamental reconhecer que o contexto de imprevisibilidade, alta incerteza e a rápida evolução da situação pandêmica gerou perdas de insumos que escaparam a um planejamento prévio”. “Tais situações, inerentes à pandemia, dificultaram a implementação de estratégias eficazes para mitigar essas perdas, evidenciando a necessidade de um aprimoramento contínuo nas práticas de gestão de insumos em emergências de saúde pública”, informou.
À CGU, o ministério afirmou que nos programas de imunização existem dois tipos de perdas, a física e a técnica, e que é esperado que se perca parte da cadeia. A pasta disse, ainda, que “tudo relacionado à Covid-19 deve ser analisado em contexto próprio considerando as características socioeconômicas e de alto risco em saúde pública daquele período”.
“A perda de vacinas contra a Covid-19 foi um problema global, afetando tanto países de alta quanto de baixa renda. Um levantamento global revelou taxas de desperdício que variaram amplamente entre os países”, pontuou a pasta.
Ao todo, levando-se em conta itens relacionados ao tratamento de outras doenças, foram R$ 2,3 bilhões perdidos entre 2021 e 2023, de acordo com a CGU. A pasta pode, ainda, ter perdido outros R$ 4,4 bilhões, chamado pelo órgão de “perda potencial” (quando a validade no momento do envio é entre um e 90 dias).
O Ministério da Saúde também justificou, em explicações enviadas à CGU, que para reduzir perdas, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) “trabalha com os estados para redefinir cotas mensais por vacinas, realiza qualificação de recursos humanos em sala de vacina, rede de frio e sistema de informação, dentre outros, com o intuito de capacitar os profissionais que atuam na área de imunizações, quanto ao manejo e gerenciamento adequado dos imunobiológicos, com vistas a evitar perdas de qualquer natureza”.



