O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu nesta sexta-feira (26) o pedido da defesa do pastor Silas Malafaia para ter acesso integral ao Inquérito 4995, que apura a conduta do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em suposta coação a autoridades e obstrução de justiça. O requerimento havia sido protocolado em 24 de setembro e buscava garantir que Malafaia, também investigado no caso, acompanhasse as apurações.
Na decisão, Moraes destacou que o acesso irrestrito poderia comprometer o andamento das investigações. O magistrado citou “fortes indícios” de participação dolosa do líder evangélico em crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação relacionada a organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Malafaia já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão em agosto, quando teve o passaporte retido e foi proibido de manter contato com Jair Bolsonaro. Desde então, a defesa apresentou três pedidos para devolução do documento, todos negados pelo STF. O pastor também reclama da apreensão de cadernos com anotações bíblicas, cuja devolução também foi negada.
Os advogados de Malafaia recorreram da decisão mais recente, alegando violação ao direito ao contraditório. O inquérito é um desdobramento de apurações sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos contra ministros do Supremo.