O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) publicou nesta terça-feira (5) uma nota de apoio ao defensor público Ricardo Melro e sua equipe, após o esvaziamento do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública de Alagoas. O grupo, que representava moradores afetados pelo afundamento do solo em Maceió, foi afastado sem justificativas públicas, segundo o movimento.
A exoneração de Melro e de três outros defensores — Lucas Monteiro Valença, Marcelo Barbosa Arantes e Daniel Coêlho Alcoforado — ocorreu dias antes da divulgação de um novo relatório técnico internacional sobre a subsidência provocada pela exploração mineral da Braskem.
Representado por Maurício Sarmento, o MUVB afirmou que a medida tem relação direta com a atuação dos defensores no caso. “Os tentáculos da Braskem são enormes e nós, vítimas, não saberíamos dimensionar”, afirmou Sarmento, relatando uma conversa com um interlocutor próximo ao governo estadual.
Para o movimento, a saída dos defensores é vista como uma forma de censura. “Não aceitaremos calados. A luta das vítimas continua”, destacou a entidade nas redes sociais.
Ricardo Melro estava à frente do núcleo há mais de um ano e tinha mandato previsto até julho de 2026. Reconhecido pelas comunidades atingidas, ele era descrito pelo movimento como alguém que “dava voz a quem foi silenciado pelo lucro”.
A coordenação do núcleo passa agora ao defensor Othoniel Pinheiro Neto. A nomeação foi assinada pelo defensor público-geral, Fabrício Leão Souto.