Paulo Dantas, governador de Alagoas, parece ter descoberto a paixão de um jeito quase adolescente. Anda leve, sorridente, apaixonado feito menino novo. A diferença é que, enquanto ele vive seu momento de felicidade pessoal, o estado parece viver dias de abandono e descompasso.
O discurso de sempre, aquele decorado na ponta da língua, perdeu o brilho. Paulo já não convence mais quando tenta vender uma gestão eficiente que, na prática, deixa visíveis rachaduras por todos os lados. O cenário é claro: fornecedores sofrendo pra receber, saúde pública capengando e uma população cansada de tanta promessa vazia. Enquanto isso, os problemas se acumulam e o governador, que deveria estar com os dois pés firmes no Palácio, anda mais interessado em ser manchete pelos motivos errados.
Paulo não é o primeiro político a trocar o compromisso com o povo por um “encantamento” pessoal – e, infelizmente, não será o último. A diferença é que Alagoas, um estado com tantas demandas urgentes, não pode ficar à mercê de um governo que opera no piloto automático. A paixão pode ser bonita, mas não paga as contas de uma gestão que já começa a mostrar sinais de desgaste.
E o que sobra para o povo? Uma sensação de déjà vu. Já vimos esse filme antes: governantes deslumbrados que esquecem que foram eleitos para administrar, não para aproveitar a vida como se estivessem de férias. A população espera respostas e ações; o governo entrega sorrisos, fotos posadas e a impressão de que ninguém está realmente no comando.
Enquanto Paulo vive seu conto de fadas, o povo alagoano espera – mais uma vez – que a realidade da gestão volte a ser prioridade. Porque amor é bom, mas gestão pública com responsabilidade é melhor ainda.