A megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho (CV) nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, se transformou na ação mais letal da história do estado, com um número de mortos que ultrapassa 60 pessoas, incluindo criminosos e policiais.
A brutalidade do confronto acende um sinal de alerta máximo para os estados vizinhos, em especial Minas Gerais, devido ao risco de migração e expansão da violência.
O debate sobre os “reflexos” do massacre já é pauta entre especialistas em segurança pública. O analista Jorge Tassi afirma que o crime organizado costuma responder de forma tática às grandes investidas policiais. Segundo ele, é “possível que tenhamos reflexos nos comportamentos das estruturas” do CV, especialmente em zonas de influência já conhecidas na divisa entre Rio e Minas Gerais.
Uma fonte ligada à Polícia Civil mineira, que preferiu não se identificar, confirmou que as forças de segurança dos dois estados já realizam trabalhos conjuntos e monitoramento constante nas divisas. No entanto, o delegado ponderou que a estratégia não envolve apenas aumentar o efetivo.
A cooperação visa evitar que o território mineiro se torne um refúgio ou uma nova base operacional para a facção criminosa, que busca se reorganizar após a ação de força máxima das polícias fluminenses. O foco é manter a inteligência e o controle para conter qualquer tentativa de expansão do CV para Minas Gerais.



