Parte da oposição no Congresso avançou com a chamada PEC da Blindagem, que resgata uma regra em vigor até o início dos anos 2000: deputados e senadores só poderiam ser processados criminalmente com autorização prévia da Câmara ou do Senado. Enquanto isso, políticos de esquerda destacam que o governo federal atua para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, medida que, segundo eles, beneficiaria trabalhadores de baixa e média renda.
Para o deputado Cauê Castro, a proposta representa um retrocesso institucional: “Enquanto o governo luta para que o povo pague menos imposto, a direita aprova uma PEC para se proteger. É a velha lógica de privilegiar uma minoria e abandonar a maioria que sustenta este país. Essa medida não atende ao povo, atende apenas a quem tem medo da Justiça”, afirmou.
A iniciativa dividiu opiniões: especialistas e movimentos sociais veem risco de ampliar a distância entre a classe política e a população, enquanto aliados da oposição argumentam que a mudança reforça a independência do Legislativo. O embate escancara a disputa entre duas pautas distintas: de um lado, o Executivo defende medidas de alívio tributário; do outro, parlamentares priorizam mecanismos que podem limitar a atuação da Justiça sobre políticos.