A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou nessa quarta-feira (15) pela realização de novas diligências e pelo retorno dos autos à Polícia Federal no inquérito que apura declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, hoje senador Sergio Moro (União-PR), sobre suposta tentativa de interferência política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal.
Segundo o procurador Paulo Gonet, as diligências são necessárias para permitir um juízo mais abrangente sobre os fatos investigados. O objetivo é apurar se há conexões do caso com uma possível estrutura paralela montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
À época, Moro acusou Bolsonaro de desrespeitar a autonomia da PF, cobrando a demissão do então chefe da instituição, Maurício Valeixo, e tentando colocar outra pessoa no cargo. Apesar de a PF ter concluído que não havia indícios mínimos de crime por parte de Bolsonaro ou de Moro, a PGR entende que diligências adicionais são necessárias.
O inquérito investiga supostos crimes como falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução da justiça e corrupção passiva privilegiada envolvendo Bolsonaro. Quanto a Moro, apuram-se denunciação caluniosa e crimes contra a honra, dentro de petições relacionadas a uma investigação sobre organização criminosa que teria atacado sistematicamente autoridades, o sistema eleitoral e instituições públicas, por meio de obtenção de dados clandestinos, fake news e uso de estruturas da Abin e do GSI.
Maceió, 16 de outubro de 2025
