O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, estuda protocolar um pedido de suspensão de ação penal com o objetivo de impedir que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se torne réu no Supremo Tribunal Federal. A movimentação ocorre após a Primeira Turma da Corte formar maioria para receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República por suposta coação no processo da ação penal do golpe. Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes.
A denúncia, apresentada em 22 de setembro, acusa Eduardo Bolsonaro e o empresário Paulo Figueiredo de atuar para constranger o STF durante o andamento da ação penal relacionada aos atos antidemocráticos. O PL pretende seguir a mesma estratégia adotada nos casos dos deputados Gustavo Gayer e Alexandre Ramagem, que conseguiram suspender seus processos no Supremo após pedidos do partido.
Segundo líderes partidários, a discussão será retomada na próxima semana em reunião entre Valdemar Costa Neto, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, e o próprio Eduardo Bolsonaro. Nas redes sociais, Cavalcante defendeu o deputado e afirmou que ele se tornou alvo “não por crime, mas por coragem”, além de criticar o que chamou de perseguição política. “A oposição não será silenciada”, declarou.
Além da estratégia no STF, o PL também busca evitar um processo de perda de mandato por faltas. Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, acumula 46 ausências e pode ter o mandato questionado em março do próximo ano, conforme prevê o regimento da Câmara dos Deputados.


