Durante a megaoperação que deixou mais de 100 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, as forças de segurança do Rio de Janeiro adotaram uma estratégia chamada “Muro do Bope”, uma linha de contenção montada para empurrar criminosos em direção à mata da Serra da Misericórdia, onde equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) já estavam posicionadas.
Segundo o secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, a ideia era cercar os traficantes e reduzir o confronto em áreas habitadas. “O diferencial foi a incursão pela parte mais alta da montanha, criando um muro humano de policiais que empurravam os criminosos para o topo, evitando o avanço nas comunidades”, explicou. O confronto começou às 6h e se estendeu até 21h.
O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, classificou o “dano colateral” como “muito pequeno”, dizendo que apenas quatro civis inocentes e quatro policiais morreram na operação. Ele destacou que a investigação durou cerca de um ano e envolveu forças policiais de diversos estados, inclusive do Pará.
Até a manhã desta quarta-feira (29), mais de 130 corpos haviam sido retirados da região, embora o governo reconheça oficialmente 58 mortes, 54 suspeitos e 4 policiais. A ação mobilizou 2,5 mil agentes civis e militares e é considerada uma das mais complexas e arriscadas já realizadas no estado.



