Quem é o Centrão e como o bloco ganhou força em Brasília?

O chamado Centrão reúne líderes de partidos como União Brasil, Progressistas, Republicanos, Podemos e Solidariedade. Hoje, nomes como Antonio Rueda, Ciro Nogueira, Marcos Pereira, Renata Abreu e Paulinho da Força são referências desse grupo. Embora MDB e PSD não se definam como parte do bloco, mantêm vasos comunicantes que os aproximam em votações-chave.
Durante muito tempo, a expressão “Centrão” foi rejeitada pelos próprios integrantes por estar associada ao toma lá, dá cá e à política fisiológica. O apelido, no entanto, se consolidou no período Bolsonaro, quando o bloco ganhou peso inédito nas negociações com o Planalto. O padrinho político de Hugo Motta, Eduardo Cunha, foi um dos responsáveis por organizar e dar musculatura ao grupo, especialmente no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O ápice da influência ocorreu no governo Bolsonaro, com a criação do orçamento secreto, que colocou o caixa da União sob forte controle do Congresso. A partir dali, o Centrão deixou de ser apenas um apelido pejorativo e passou a se impor como protagonista da política nacional, com capacidade de definir rumos de votações e sustentar governos em troca de poder e recursos.