As restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aceleraram o debate sobre quem será o novo nome da direita na corrida presidencial de 2026. Na avaliação de líderes do Centrão, o ex-mandatário foi retirado do tabuleiro político mais cedo do que o previsto, o que abre espaço para a movimentação de novos pré-candidatos conservadores.
Mesmo sem definição sobre uma eventual prisão, as medidas cautelares já impedem Bolsonaro de fazer campanha, comparecer a eventos e se manifestar politicamente, especialmente nas redes sociais. Para continuar influente, ele teria que escolher logo um sucessor. Caciques da centro-direita avaliam aconselhá-lo a anunciar oficialmente sua saída da política, mas acreditam que qualquer apelo nesse sentido será ignorado.
A tendência, segundo essas lideranças, é que Bolsonaro reforce o nome do filho Eduardo como herdeiro político. O deputado federal está nos Estados Unidos desde fevereiro, onde tenta articular pressões contra autoridades brasileiras, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe. Internamente, Eduardo disputa espaço com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Enquanto isso, outros nomes da direita ganham força na sucessão, como os governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG). As restrições a Bolsonaro incluem toque de recolher noturno em Brasília, proibição de uso de redes sociais e impedimento de contato com diplomatas e o próprio filho. As medidas, segundo Moraes, visam evitar fuga, obstrução de justiça e atentado à soberania nacional.
Maceió, 6 de agosto de 2025
