Convidados pelo governo, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) optaram por não comparecer ao desfile de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A ausência coletiva dos magistrados chamou atenção em um momento politicamente sensível, marcado pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e pela presença de símbolos associados a ele e ao norte-americano Donald Trump durante o evento.
Nos bastidores do governo, a ausência dos integrantes da Corte foi vista como uma decisão estratégica, voltada a evitar novos atritos institucionais. Desde que Bolsonaro passou a responder por tentativa de golpe, a tensão entre o Supremo e setores bolsonaristas se intensificou, tornando a relação entre os Poderes ainda mais delicada.
Embora não seja obrigatória, a participação de ministros do STF em cerimônias como essa tem ocorrido com certa regularidade. No ano passado, nomes como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin estiveram presentes. Em 2025, no entanto, a opção foi por um gesto de discrição e distanciamento, o que para analistas sinaliza uma escolha política em meio ao julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente.
O Planalto reiterou os convites e recebeu outras autoridades de peso, como ministros de Estado, representantes do Legislativo e das Forças Armadas. A ausência do STF destoou da presença de figuras como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).