O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou nesta terça-feira (16) que seu objetivo em relação à anistia para Jair Bolsonaro (PL) e aliados envolvidos nos atos de 8 de janeiro “foi atingido”. A fala ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, após o colégio de líderes da Câmara dos Deputados decidir pautar, para esta quarta-feira (17), o requerimento de urgência que pode acelerar a votação do tema.
Segundo Tarcísio, o esforço realizado nas últimas semanas buscava justamente a inclusão da proposta na pauta. “O objetivo era este que saiu no colégio de líderes de hoje, que é a pauta da urgência prevista para amanhã. Então, agora, vamos acompanhar. Acho que o esforço que devia ser feito foi feito”, afirmou. O ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar a tentativa de golpe e cumpre prisão domiciliar.
A defesa da anistia, no entanto, é alvo de resistência dentro do Judiciário. O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, declarou em entrevista na segunda-feira (15) que qualquer iniciativa desse tipo seria inconstitucional. Apesar da pressão política, Tarcísio evitou detalhar suas articulações em Brasília, limitando-se a dizer que conversou “genericamente” com líderes e presidentes de partidos.
O governador confirmou ainda que irá a Brasília no próximo dia 29 para visitar Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes. A coletiva de imprensa onde fez as declarações tinha como foco um evento habitacional, mas também foi marcada por questionamentos sobre sua atuação em defesa da anistia e sobre a morte do delegado aposentado Ruy Ferraz Fontes, ocorrida na véspera.