Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que 99% dos gastos da Presidência da República com cartão corporativo, entre janeiro de 2023 e abril de 2025, estão sob sigilo. Dos R$ 55,5 milhões utilizados, R$ 55,2 milhões não possuem qualquer detalhamento público. Os dados sigilosos não informam itens adquiridos, fornecedores nem apresentam notas fiscais.
A Vice-Presidência da República também apresentou alto índice de sigilo: dos R$ 393,9 mil gastos no período, 92% seguem sem transparência. Diante da recorrência, o TCU determinou que a Presidência apresente, em até 30 dias, um plano de ação com medidas corretivas, cronograma e responsáveis definidos. O tribunal destaca que já havia feito recomendações semelhantes antes, sem resultados.
A falta de transparência nos gastos públicos com cartões corporativos tem sido alvo de críticas de especialistas, parlamentares e organizações da sociedade civil. O caso reacende o debate sobre a importância do controle social e da prestação de contas por parte do Executivo. Em um cenário de restrições orçamentárias, a cobrança por responsabilidade fiscal ganha ainda mais força.