O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) pautou para a próxima segunda-feira (22) o julgamento de uma ação movida pelo partido Republicanos, presidido pelo deputado estadual Antônio Albuquerque. A ação, que vinha tramitando sob sigilo, contesta a validade dos votos do candidato João Catunda (PP), segundo suplente da coligação do PP, partido liderado por Arthur Lira. Caso a Justiça acolha a ação, a anulação dos votos de Catunda pode alterar a composição da bancada federal do estado.
O ponto mais polêmico do processo é que o deputado federal Paulão (PT-AL), que foi legitimamente eleito com quase 66 mil votos, pode perder o mandato mesmo sem ter sido citado na ação. Juristas têm classificado o processo como “teratológico” e “transverso”, já que visa atingir um parlamentar eleito sem que ele tenha tido chance de se defender. O próprio PT manifestou estranheza com os rumos do caso desde que ele veio à tona.
Segundo análises políticas, o possível desfecho beneficiaria Nivaldo Albuquerque, filho de Antônio Albuquerque, que não conseguiu se reeleger. A nova recontagem de votos resultante da anulação de Catunda abriria caminho para essa mudança. O uso do segredo de justiça e a ausência de citação formal ao deputado Paulão levantam sérias dúvidas sobre a lisura do processo e suas reais intenções.