Em uma mudança significativa de postura, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou nesta quarta-feira (19) a lei que obriga a divulgação integral dos arquivos não classificados da investigação envolvendo o bilionário Jeffrey Epstein. A decisão veio um dia após o Congresso aprovar o texto com ampla maioria: foram 427 votos favoráveis e apenas um contrário na Câmara, além de aprovação unânime no Senado.
O único voto contra foi da deputada republicana Clay Higgins, que afirmou que a medida pode expor “pessoas inocentes”, como testemunhas, familiares e indivíduos mencionados nos autos sem relação direta com o caso. Apesar disso, legisladores de diferentes correntes políticas se uniram em torno do projeto, citando a necessidade de transparência após anos de controvérsias sobre a atuação de Epstein e a extensão de sua rede de contatos.
Pela nova lei, todos os documentos, relatórios e comunicações referentes à investigação deverão ser disponibilizados ao público no site do Departamento de Justiça, em formato pesquisável e para download, no prazo de 30 dias. Informações que possam prejudicar investigações em andamento ou expor vítimas, no entanto, poderão ser preservadas. O Departamento de Justiça também terá de fornecer aos comitês do Congresso uma lista de “pessoas politicamente expostas” mencionadas nos registros.
A pressão pela divulgação aumentou após o Wall Street Journal noticiar a existência de uma suposta carta enviada por Trump a Epstein, contendo o desenho de uma mulher nua e mensagens insinuando “segredos compartilhados”. O presidente negou a autenticidade do documento, afirmou que “não desenha mulheres” e ameaçou processar o jornal. Ainda assim, o episódio reacendeu suspeitas sobre a relação entre o ex-presidente e o bilionário, dando novo fôlego ao debate sobre a liberação integral dos arquivos.
Maceió, 20 de novembro de 2025
