Em meio a uma crise com o governo Lula, o União Brasil apresentou um destaque que adia para 2027 a validade da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR). A medida, se aprovada, empurraria a aplicação da proposta para depois da eleição de 2026, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve disputar a reeleição e pretende usar justamente a isenção ampliada como bandeira de campanha.
O autor do destaque, deputado Mendonça Filho (União-PE), confirmou que o texto prevê a cobrança da tributação mínima sobre os super ricos apenas de forma anual, e não mensal, como deseja o governo. Segundo ele, o objetivo é tornar o modelo mais justo e condizente com a realidade das rendas mais altas, que muitas vezes são irregulares ao longo do ano. “A estratégia de adotar apenas a cobrança anual fundamenta-se na busca por um modelo fiscal mais justo, eficaz e alinhado à composição de renda de pessoas físicas de alta renda”, justificou o deputado. Ele acrescentou que a proposta mensal não leva em conta que esses contribuintes costumam receber de múltiplas fontes, como salários, aluguéis, dividendos e ganhos de capital.
A iniciativa surge no mesmo momento em que o União Brasil pressiona o governo e cobra a saída de Celso Sabino, ministro do Turismo indicado pela legenda. A expectativa é que Sabino deixe o cargo nesta sexta-feira (3), aprofundando a tensão entre o partido e o Palácio do Planalto.



