A federação União Progressista, que reúne União Brasil e Progressistas (PP), decidiu nesta terça-feira (2) que todos os filiados das duas siglas devem deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida implica a saída imediata dos ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), ambos deputados federais licenciados. A decisão também incluiu apoio ao projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) começou no mesmo dia.
Embora os ministros deixem a Esplanada, a resolução da federação não afeta outras indicações políticas das legendas que já ocupam cargos no Executivo. Entre elas estão Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), ligados ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que mantém alinhamento com o Planalto.
A decisão ocorre poucos dias após Lula cobrar, em reunião ministerial, fidelidade dos partidos do centrão que integram sua gestão. O presidente afirmou que quem não se sentisse confortável em defender o governo deveria se retirar. A pressão foi reforçada pelos líderes da União Progressista, Antonio Rueda e Ciro Nogueira, que vinham articulando o afastamento. Fufuca e Sabino tentaram negociar sua permanência, de olho em uma futura candidatura ao Senado em 2026, mas não conseguiram reverter o movimento.
Com a saída das duas siglas, a base governista na Câmara pode cair para 259 deputados — apenas dois a mais que o mínimo necessário para votações. A mudança enfraquece ainda mais a articulação do Executivo e amplia as dificuldades de Lula para aprovar medidas de impacto, especialmente diante da ofensiva do Congresso em torno da anistia a Bolsonaro.