Em meio ao novo embate diplomático entre Lula e Donald Trump e à suspensão do visto americano do ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal vive seu próprio impasse. O ministro Luiz Fux ainda não votou no julgamento das sanções impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo com a maioria da 1.ª Turma já formada a favor do relator.
Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia já endossaram a decisão de Moraes. Mas o voto de Fux, conhecido por críticas veladas às investigações conduzidas pelo colega, ainda é aguardado com expectativa, e pode escancarar a divisão dentro da Corte. O julgamento ocorre em plenário virtual e se encerra na segunda-feira (21), mas o atraso de Fux já levanta especulações nos bastidores de Brasília.
O gesto é visto por aliados de Bolsonaro como um sinal de resistência ao protagonismo crescente de Moraes no STF. Já entre ministros próximos ao Planalto, a hesitação de Fux é interpretada como uma tentativa de “marcar território” em meio à judicialização do bolsonarismo e à pressão por uma unidade institucional. O Supremo, mais uma vez está dividido, agora sob os olhos atentos da diplomacia internacional.