Paraíso sob domínio: facções tomam conta das praias mais famosas do Nordeste

Por trás das paisagens de coqueiros e águas cristalinas, um cenário bem diferente tem preocupado autoridades e moradores. Destinos turísticos consagrados como Porto de Galinhas (PE), Pipa (RN) e Jericoacoara (CE) convivem com o avanço de facções criminosas. O tráfico de drogas, os assassinatos e a atuação de “olheiros” nas ruas expõem um cotidiano de medo e controle paralelo mesmo em regiões que atraem turistas com alto poder aquisitivo.
O avanço da criminalidade nessas praias não é por acaso: além do fluxo intenso de pessoas, a circulação de dinheiro em festas, hospedagens e comércios chama a atenção de grupos criminosos, que tratam esses locais como verdadeiras filiais do tráfico. São Miguel dos Milagres (AL), Trancoso e Caraíva (BA) também já aparecem no mapa do crime, com registros crescentes de violência e movimentações de facções oriundas do Sudeste.
Casos recentes, como o assassinato de um jovem turista de São Paulo, de 16 anos, em Jericoacoara, em dezembro de 2024, acenderam o alerta nacional. Segundo o promotor Eduardo Leal dos Santos, de Ipojuca, a expansão do crime é reflexo da falta de controle nas fronteiras e da influência de facções do Rio e São Paulo, que agora encontram no litoral nordestino uma nova rota para o lucro e um novo território para o medo.