O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se mobilizado para reorganizar sua base no Congresso Nacional após a derrota na tentativa de aumento do IOF, derrubada por ampla maioria pelo Legislativo em junho. O episódio, considerado uma das maiores derrotas do governo desde Fernando Collor, gerou desgaste político e acirrou tensões com aliados, principalmente com os partidos União Brasil e MDB.
Em reuniões realizadas na semana passada, Lula cobrou maior comprometimento dos ministros e líderes desses partidos e criticou as manifestações públicas contrárias ao governo. Do União Brasil, que conta com três ministérios, o presidente exigiu o fim das críticas e mais clareza sobre a permanência da sigla na base. Auxiliares do Planalto têm demonstrado impaciência com a postura ambígua da legenda.
Durante os encontros, Lula também ouviu que é necessário reconstruir as pontes com o Centrão e garantir previsibilidade no pagamento das emendas parlamentares, alvo recorrente de queixas dos congressistas. A reação do governo ao recorrer ao STF para reverter a decisão sobre o IOF agravou o mal-estar com a base, reforçando a urgência de articulação política mais eficiente.
Nas próximas semanas, o presidente pretende repetir essas conversas com outras siglas que integram sua aliança, como o PSD, de Gilberto Kassab. Apesar de ter presença no governo, o partido nem sempre acompanha o Planalto nas votações, o que revela um apoio ainda instável no Congresso.
Maceió, 4 de agosto de 2025
