Durante a sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que julga o chamado “núcleo 1” da ação penal sobre o plano de golpe, o advogado Jair Alves Pereira, que defende o tenente-coronel Mauro Cid, negou que seu cliente tenha sofrido qualquer tipo de coação ao longo das investigações. “Eu posso não concordar com o relatório e com o indiciamento do delegado, e de fato não concordo. Agora, nem por isso eu posso dizer que ele coagiu o meu cliente ou que cometeu uma ilegalidade”, afirmou.
O defensor também elogiou a atuação da Polícia Federal, destacando o trabalho do delegado Flávio Schor. Segundo Pereira, a equipe da PF conduziu as diligências de forma “extremamente ética e profissional”. Ele reforçou que “nunca falaram com o Mauro Cid sem a presença da defesa”, afastando suspeitas de irregularidades durante a colaboração premiada do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na abertura de sua sustentação, o advogado buscou destacar a trajetória de Cid no Exército. “Eu preciso apresentar o Mauro Cid a todos, porque até então ele é apresentado como o colaborador, o delator, o ajudante de ordens do presidente da República. Mas, na verdade, o Mauro Cid é um tenente-coronel com mais de 30 anos de Exército, paraquedista de operações militares, condecorado com mais de 15 medalhas de honra”, afirmou.
Por ser colaborador do processo, os advogados de Cid foram os primeiros a apresentar a defesa perante os ministros do STF. A sustentação oral teve duração de uma hora, na qual a defesa buscou contextualizar a atuação do militar e reforçar a lisura do acordo de colaboração firmado com a Justiça.
Maceió, 3 de setembro de 2025
