Uma semana após a megaoperação policial que resultou em 121 mortos no Rio de Janeiro, a Vara de Execuções Penais autorizou, nesta terça-feira (4), a transferência de sete presos do sistema estadual para o Sistema Penitenciário Federal. A medida foi solicitada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e busca reforçar o controle sobre detentos de alta periculosidade.
O processo será encaminhado ao Juízo Federal competente para as providências legais, e as remoções serão realizadas pela Polícia Penal Federal após a autorização judicial. Ainda não foi divulgada qual unidade federal receberá os detentos, uma vez que informações sobre transferências só são reveladas por questões de segurança. O governo do Rio havia pedido dez vagas no sistema federal, e, segundo a Senappen, doze novos presos do estado foram incluídos nesse sistema apenas em 2025.
Enquanto isso, o principal alvo da recente operação, Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, segue foragido. Apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho (CV), ele teria escapado com a ajuda de cerca de 70 comparsas que formaram um cerco armado durante a ação policial. O Disque Denúncia oferece recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à sua captura.
Natural da Paraíba, Doca é investigado pelo Ministério Público por ordenar atos de tortura no Complexo da Penha e por comandar o tráfico no Morro do São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense. Considerado um dos chefes mais influentes do CV, ele ganhou força nos últimos anos, expandindo seu controle sobre áreas estratégicas do estado. As forças de segurança continuam as buscas para tentar localizar o criminoso.
Maceió, 5 de novembro de 2025
