O terceiro estado mais pobre do Brasil e que quase atrasou salários dos funcionários públicos está patrocinando festas de final de ano, a maioria de luxo, exclusivas, ingressos custando quase dois salários mínimos e sem necessidade de licitação. Eventos com muita divulgação na Europa, Estados Unidos, China e também entre pessoas com bastante dinheiro sobrando pelo Brasil.
Todos os contratos são sem licitação, os processos tramitaram a jato e serão pagos pela Secretaria Estadual de Turismo.
Um destes réveillons é o do Celebration, cujo ingresso chega a custar pouco mais de R$ 2 mil. O Governo autorizou R$ 300 mil para a empresa que organiza a festa, que terá entre as atrações Bell Marques, Zé Neto e Cristiano e Calcinha Preta.
O Festival Mil Sorrisos (26/12 a 2/1), em Japaratinga, recebeu R$ 350 mil em patrocínio. Terá Anitta e Thiaguinho, em 29/12.
No Réveillon dos Milagres (de 2612 a 2/11), o Governo pagou R$ 300 mil. Compradores terão shows e também Bar de Praia, Quadra de Beach Tenis, tudo também ao som da Banda Eva.
Outro Réveillon baladado é o do Café de La Musique, em Maceió. Recebeu R$ 200 mil. O Réveillon Arcanjos Nº 1, na Barra de São Miguel, outros R$ 300 mil. Terá Henry Freitas e Felipe Amorim.
Nem tão badalados assim, o Réveillon Possa Crer 2025 e do Alto também receberam patrocínio público: R$ 80 mil e R$ 50 mil.
Os contratos com estas festas coincidem com uma onda de calotes que apavora fornecedores, há meses sem receber os contratos em atraso.
Por pouco, na semana passada, viaturas das polícias civil e militar locadas pelo Estado e pertencentes a empresa Localiza deixaram as ruas por calote.
Situação que chegou à reforma do Quartel Geral da Polícia Militar. A construtora se negou a levar adiante as obras, por atraso nos pagamentos.
Outro caso grave é a Secretaria de Saúde, cujos prédios podem ficar sem luz por atraso no pagamento da Equatorial. A holding cobra os atrasados na Justiça.
Segundo o IBGE Alagoas é o terceiro Estado mais pobre do país, situação que vem se revertendo graças às políticas sociais adotadas pelo governo Lula. Porém, em Maceió 15,57% da população é considerada pobre. Mas no interior a situação é ainda mais grave: quase 70% dos habitantes de Poço das Trincheiras é considerada pobre.
Fonte: Odilon Rios