A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro acelerou a estratégia do PL para lançar mais candidatos a governador em 2026. Sem Bolsonaro ativo na campanha, aliados de Valdemar Costa Neto defendem candidaturas próprias com o número 22 para garantir força eleitoral e manter a maior bancada da Câmara dos Deputados. A mudança já afeta articulações em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Paraíba, antes voltadas a alianças com outras siglas.
Para reforçar a presença nas disputas estaduais, Valdemar publicou uma resolução proibindo integrantes do PL de apoiarem pré-candidatos de outros partidos. O objetivo é dar visibilidade ao número 22 e impulsionar também nomes para a Câmara e o Senado. A medida já movimenta pré-candidatos: Mateus Simões (Novo-MG) avalia se filiar ao PL; Efraim Filho (União-PB), apoiado por Michelle Bolsonaro, é aconselhado a migrar; no Rio, Cláudio Castro recuou no apoio a Rodrigo Bacellar (União); e na Bahia, João Roma mantém pré-candidatura, mas sem descartar alianças.
O impacto também se estende a São Paulo e Goiás. No estado paulista, a medida pode influenciar a sucessão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com André do Prado (PL) se articulando para disputar o governo. Já em Goiás, a resolução ameaça acordo com Daniel Vilela (MDB), apoiado por Ronaldo Caiado, e fortalece o senador Wilder Morais (PL) como opção. O movimento sinaliza a tentativa do PL de ampliar o protagonismo nacional e ocupar espaços antes reservados a composições partidárias.